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  • PT faz reunião nesta quarta para definir apoio a Hugo Motta para presidir a Câmara


  • A bancada do PT se reunirá e poderá também definir seu apoio à candidatura de Hugo Motta (Republicanos-PB) para presidente da Câmara.

Nesta quarta-feira (30), a bancada do PT na Câmara pode anunciar o apoio à candidatura do deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) para a sucessão no posto do atual presidente da casa, Arthur Lira (PP-AL).

Na última terça (29), os deputados do PT fizeram reunião com a participação dos outros dois principais postulantes ao cargo até aqui: Antônio Brito (PSD-BA) e Elmar Nascimento (União-BA).

De acordo com integrantes da bancada, a avaliação no PT é de que é preciso "pragmatismo" para escolher o nome a ser apoiado.

Desde o início, a construção da candidatura de Hugo Motta foi feita em acordo com o PT.

Dessa forma seria arriscado aderir à proposta de Elmar Nascimento de fechar um "bloco governista" contra a candidatura do deputado paraibano.

Até o momento, não há garantia de que o próprio União Brasil vá aderir por completo à candidatura de Elmar.

O nome de Hugo Motta para a presidência da Câmara ajuda o Palácio do Planalto a "resolver" um grande e antigo incômodo: o fato de Arthur Lira ter, inicialmente, articulado a candidatura de Elmar Nascimento como seu sucessor, um político que fez dura oposição a Lula nas eleições de 2022, na Bahia.

A candidatura de Motta, nesse sentido, agrada a setores influentes do PT e é um ponto a favor do político.

Trauma da relação entre Dilma e Cunha

O PT vê no apoio a Hugo Motta, a possibilidade de indicar alguém do partido para a Mesa Diretora da Câmara para os próximos dois anos sem gerar riscos à governabilidade na segunda metade do mandato.

O partido também lida com o trauma provocado pelo movimento da então presidente Dilma Rousseff, em 2015, de enfrentar o então deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ).

Cunha que era do Centrão, conseguiu se eleger presidente da Câmara e se tornou a peça central da oposição. No primeiro momento, pautou o processo que resultou no impeachment de Dilma.

A avaliação do PT é que, no momento, não há margem para qualquer risco político ou aventura, considerando que esse governo de Lula tem aprovação popular na casa dos 33%, com outro terço julgando a gestão apenas como "regular".

O PT que é federado aos partidos PCdoB e PV, tem 80 deputados. A adesão a qualquer chapa é, portanto, considerada um "divisor de águas".